terça-feira, 31 de agosto de 2010

Cântico Negro- José Régio

"Vem por aqui" — dizem-me alguns com os olhos doces
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: "vem por aqui!"
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...
A minha glória é esta:
Criar desumanidades!
Não acompanhar ninguém.
— Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre à minha mãe
Não, não vou por aí! Só vou por onde
Me levam meus próprios passos...
Se ao que busco saber nenhum de vós responde
Por que me repetis: "vem por aqui!"?

Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí...
Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.

Como, pois, sereis vós
Que me dareis impulsos, ferramentas e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?...
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos...

Ide! Tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátria, tendes tetos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios...
Eu tenho a minha Loucura !
Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...
Deus e o Diabo é que guiam, mais ninguém!
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.

Ah, que ninguém me dê piedosas intenções,
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou,
É uma onda que se alevantou,
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou
Sei que não vou por aí!

A minha playlist Indie- Claeysen


Se quiser saber mais clique aqui

A Música do Dia...- Flor de Loto

As Frases da Avó #6


Em terra de cegos quem tem um olho é rei.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Meus desenhos - Magnólia Barbosa




Tirinha #6

O Tempo


Benditas alterações climatéricas! Já imaginaram como seria se o tempo fosse sempre igual, se o estado do clima fosse inalterável? Nem chovia nem dava sol, por exemplo, dezanove graus de temperatura constantes, o mesmo nível de humidade... Ia ser mesmo aborrecido. Depois de que é que conversávamos? Agora ainda encontramos um colega de escola ou um vizinho e...
"- Então, tudo bem?"
"- Está tudo bem; e contigo?"
"- Vai-se andando. O tempo hoje é que não está lá grande coisa."
"- É, está um tempo fraco, sim senhor. Mas dizem que dá sol nos próximos dias."
"- Oxalá! Este frio já me está a dar cabo dos ossos. A minha casa é gelada p´ra caraças..."
"- Vai melhorar. Aquelas nuvens ali, por exemplo, já estão a desaparecer."
"- Este inverno tem sido muito frio."
"- Hmmm, hmmm..."
"- Nem uma chuvinha nem nada para regar as plantas."
"- Era bem preciso! Mas isto vai melhorar; tu vais ver."
"- Mas enquanto isso não acontece lá vamos batendo o dente."
"- Hmmm, hmmm..."
"- Está frio. Está mesmo muito frio!"
"- Não tenhas dúvidas."
"- Haja saúde ao menos!"
"- Ao menos isso. Olha, gostei muito de te ver, Paulo. Até um dia desses, tá? Tudo de bom."
"- Igualmente. Vai dando notícias."

É por isso que eu vejo o boletim meteorológico quando me lembro dos meus amigos. Eu sei que eles iriam dizer-me quase a mesma coisa: vento fraco, céu nublado na zona norte, temperatura da água do mar entre os três e os seis graus, com ondulação de dois metros, possibilidade de ocorrência de pequenos aguaceiros no litoral e neve nas terras altas;... Para além disso convém manter-me informado. Nunca sei quando vou encontrar um desses amigos.
Uma coisa que me fascina na meteorologia é o poder dela mesma. Mais ninguém consegue prever o futuro tão bem como um metereologista. Qual astrólogo, qual cartomante, qual quê!... Os tipos são mesmo bons nas previsões: " Possibilidade de ocorrência de neve nas terras altas", " Possibilidade de ocorrência de aguaceiros no litoral", " Vento fraco", " Temperatura da água do mar entre os três e os seis graus",... Deve ser bastante frustrante para eles quando se enganam. " É pá, a tecnologia tem destas coisas. O satélite é que falhou. Depois estávamos a prever uma frente fria quando afinal era uma frente quente. Assim nem dá gosto trabalhar. Trocam-nos assim as voltas sem mais nem o quê e depois um tipo é que fica mal. Até já me ligaram da televisão a dizer que a miúda(a apresentadora) ficou aborrecida por que, como ela diz, nós falhamos e ela é que tem que dar a cara. Diz que hoje vinha no autocarro e foi abordada por uma dezena de pessoas revoltadas por que traziam chapéu de chuva quando está um sol primaveril. Parece que a maltrataram e tudo mais, coitada."

"- Desculpe, sr. director, mas eu não apresento mais o boletim meteorológico."
"- Então porquê, Marta?"
"- Nos últimos dias temos errado todas as previsões. Não me sinto bem com isso. Sinto que estou a enganar as pessoas."
"- Vá, não chores, Marta. Mas tu sabes que não tenho mais ninguém que o faça. Tu és a que tem melhor perfil, melhor imagem... as melhores pernas... Não queres que eu ponha a Lurdes ou a Isabel a apresentadoras! Vá lá, tu vais ver. Isto é só o início. Começas na meteorologia e depois dás o salto. Um programa, uma telenovela, um filme... Tu tens futuro, rapariga."

Também é por causa disto que eu vejo a meteorologia. Normalmente tem raparigas bonitas que pensam dar um salto. Lembro-me que quando era criança o "Tempo" era sempre apresentado por um senhor de fato e gravata completamente feio e enfadonho. Nem trazia umas mini-saias nem uns decotes... Era um aborrecimento. O "Tempo" agora tem mais graça.

P.S. O tempo é o maior motivo de conversa.

A Música do Dia...- A Minha Menina

sábado, 28 de agosto de 2010

A minha playlist Indie- BlackJack

Augusto dos Anjos- Último Credo

Como ama o homem adúltero o adultério
E o ébrio a garrafa tóxica de rum,
Amo o coveiro - este ladrão comum
Que arrasta a gente para o cemitério!

É o transcendentalíssimo mistério!
É o nous, é o pneuma, é o ego sum qui sum,
É a morte, é esse danado número Um
Que matou Cristo e que matou Tibério!

Creio, como o filósofo mais crente,
Na generalidade decrescente
Com que a substância cósmica evolui...

Creio, perante a evolução imensa,
Que o homem universal de amanhã vença
O homem particular eu que ontem fui!

A Música do Dia...- Corro Demais





quarta-feira, 25 de agosto de 2010

A Música do Dia...- Ava Adore

O sorriso amarelo

Tou fodido. Estas relações de amizade entre chefes e funcionários deviam ser proibidas. Porquê? Muito simples:


a) Não suportaria ser amigo de nenhum deles. Também não sou obrigado, estão voçês a pensar.


b) Eles não são meus amigos. Se o fosem deixavam-me dormir nas horas de trabalho.


c) Ao serem amigos de outros caralhos mais impostores do que eu, diminuem as hipóteses de subir de posto, e consequentemente receber mais uns trocos. Subir de posto não me aflige. Faz-me mais impressão continuar a receber o mesmo.


d) São relações de tal forma hipócritas que chego a sair do local de trabalho cheio de nauseas.


e) No "próximo" dia de trabalho tento ser simpático e sorrir(imposturice), mas o meu sorriso é mais amarelo que o dos outros. Não sei se é dos dentes ou se pura e simplesmente os outros representam melhor.


f) Já me informei junto das autoridades competentes e não há curso que me valha. Mesmo que fosse um cirurgião de primeira categoria, se eu não conhecesse um amigo do amigo do director de nenhum hospital, nunca passaria de um cirurgião de segunda.


g) Sem contar com a enorme influência no meu currículo o trabalhar com um bom ou mau anestesista. Eles é que adormecem os pacientes...



A minha playlist Indie- At Our Expense

terça-feira, 24 de agosto de 2010

O Meu Sonho Habitual- Paul Verlaine

Tenho às vezes um sonho estranho e penetrante
Com uma desconhecida, que amo e que me ama
E que, de cada vez, nunca é bem a mesma
Nem é bem qualquer outra, e me ama e compreende.

Porque me entende, e o meu coração, transparente
Só pra ela, ah!, deixa de ser um problema
Só pra ela, e os suores da minha testa pálida,
Só ela, quando chora, sabe refrescá-los.

Será morena, loira ou ruiva? — Ainda ignoro.
O seu nome? Recordo que é suave e sonoro
Como esses dos amantes que a vida exilou.

O olhar é semelhante ao olhar das estátuas
E quanto à voz, distante e calma e grave, guarda
Inflexões de outras vozes que o tempo calou.

A Música do Dia...- Pictures of You

Porque uma imagem vale mais que mil palavras...#5

As Frases da Avó #5


Muito riso, pouco juízo.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Braveheart

No dia em que faz 705 anos que William Wallace, líder escocês e herói medieval, foi executado em Londres, não podia deixar de sugerir que assistam o filme que Mel Gibson fez em memória do mesmo (um épico do cinema), retratando a luta de alguns camponeses pela soberania da Escócia- Braveheart.



A Música do Dia...- Out To Get You

Máximas- A Bíblia

A Bíblia é um best-seller. E foi tão bem escrita que esquecemos que se trata de ficção.

A minha playlist Indie- Nevjerni Tomo


NEVJERNI TOMO IS A SINGERSONGWRITER FROM CROATIA. ALBUM " POGLED S DRUGOG BRIJEGA " RELEASED BY BRLOG RECORDS 2010. OFFICIAL WEB :http://nevjernitomo.bandcamp.com/ andhttp://www.myspace.com/nevjernitomo

Para ouvir Nevjerni Tomo clique aqui.

Utopia

Afinal vivemos numa democracia ou não? É que a nossa liberdade é tão limitada! Tudo e todos parecem querer mandar naquilo que fazemos: é a sociedade com as suas regras e leis de merda, são os amigos, os pais, os avós , as namoradas... Todos nos limitam. "Ai, não estás a pensar faltar ao trabalho? Isso não se faz. Tens de ser uma pessoa responsável."; " Vais beber? olha que ainda tens que conduzir!" Ok, e que tal se me deixassem deveras ser uma pessoa responsável e como tal responsabilizar-me pelos meus actos. Acaso ainda me tratam como uma criança? Os pais, sem dúvida. Eles não se apercebem que a gente cresce. Somos sempre aquele menino(a) com quatro ou cinco anos que eles têm que trazer pela mão. Depois os amigos e as namoradas são também eles aborrecidos como o caraças. " Ai, não faças isto, não faças aquilo... É melhor para ti, sabes? Se o fizeres vou ficar chateado(a)." É uma merda. Se pensarmos um pouco apercebemo-nos de que a nossa liberdade pura e simplesmente não existe. É uma utopia. Temos sempre alguém que nos diz como fazer, o que dizer, como escrever, como sentar à mesa, como usar os talheres... " Ah, não é assim. Pegas no garfo com esta mão e na faca com a outra." Então, e se eu quiser comer tudo à mão? Ou usar apenas o garfo? Oh, fica-me tão mal! Oh, que menino feio. A sério, experimentem ir a um restaurante e comer como lhes der na real gana, "sem modos". Em poucos segundos serão o centro das atenções. Pela negativa. Uns vão rir, outros vão ficar chocados... Filhos da mãe, não se lembram que em miúdos metiam qualquer caralho à boca, com as próprias mãos. Alguns ainda o fazem em privado, e sabemos lá nós de que caralho se trata! Hipocrisia... Liberdade? Como? Quando? Aonde? Num país que elege como maior português de sempre um tipo que dá pelo nome que todos sabem- António de Oliveira Salazar. A sério, não sentem vergonha?

domingo, 22 de agosto de 2010

Curiosidades- Origem de Expressões Populares

Andar à toa
Significado: Andar sem destino, despreocupado, passando o tempo.
Origem: Toa é a corda com que uma embarcação reboca a outra. Um navio que está "à toa" é o que não tem leme nem rumo, indo para onde o navio que o reboca determinar.



Memória de elefante Significado: Ter boa memória; recordar-se de tudo. Origem: O elefante fixa tudo aquilo que aprende, por isso é uma das principais atrações do circo .


Lágrimas de crocodilo Significado: Choro fingido.

Origem: O crocodilo, quando ingere um alimento, faz forte pressão contra o céu da boca, comprimindo as glândulas lacrimais. Assim, ele chora enquanto devora a vítima.




Dor de cotovelo

Significado: despeito provocado pelo ciúme ou a tristeza por uma decepção amorosa.

Origem: A expressão teve origem nas cenas de pessoas sentadas em bares, com os cotovelos apoiados no balcão, bebendo e chorando a dor de um amor perdido. De tanto permanecerem naquela posição, as pessoas ficavam com dores nos cotovelos.



Coisas do arco-da-velha
Significado: Coisas inacreditáveis, absurdas, espantosas, inverosímeis.
Origem: A expressão tem origem no Antigo Testamento; arco-da-velha é o arco-íris, ou arco-celeste, e foi o sinal do pacto que Deus fez com Noé.
Arco-da-velha é uma simplificação de Arco da Lei Velha, uma referência à Lei Divina.
Há também diversas histórias populares que defendem outra origem da expressão, como a da existência de uma velha no arco-íris, sendo a curvatura do arco a curvatura das costas provocada pela velhice, ou devido a uma das propriedades mágicas do arco-íris.



Afogar o ganso

Significado: Relação sexual; masturbação.
Origem: No passado, os chineses costumavam satisfazer as suas necessidades sexuais com gansos. Pouco antes de ejacularem, os homens afundavam a cabeça da ave na água, para poderem sentir os espasmos anais da vítima.



Casa da mãe Joana

Siginificado: onde impera a bagunça.

Origem: A expressão "casa da mãe Joana" alude a um lugar em que vale tudo, onde todo mundo pode entrar, mandar, uma espécie de grau zero de organização. A mulher que deu nome a tal casa viveu no século 14. Joana era condessa de Provença e rainha de Nápoles (Itália). Teve a vida cheia de confusões. Em 1347, aos 21 anos, regulamentou os bordéis da cidade de Avignon, onde vivia refugiada. Uma das normas dizia: "o lugar terá uma porta por onde todos possam entrar”.


A Música do Dia...- Miracle To Me

Meus desenhos - Beleza Feminina e Chakras (Magnólia Barbosa)

Beleza Feminina



Chakras




sábado, 21 de agosto de 2010

A minha playlist Indie- Jane Fonda





Preocupação

Busca imbecil essa a da resposta
Por caminhos e atalhos mais e mais questões
O que, quem, por que, perguntais-vos
Não negarei um certo gozo de vos ver em tais confusões
Assim como eu me encontro e desencontro
Vós vos perdeis e vos achais mais tarde, suponho
Supor é barato, não se paga nada
A ação é nessa medida coisa mais cara
Fastidiosa, chata, cansa bastante a malvada
Envolve esse esforço físico inevitável
Esse fazer mais que não fazer nada
Busca imbecil essa dos modos
Essa do agiste bem, agiste errado
Preocupações fúteis de preocupantes contornos
A preocupação, meu Deus, é humana
Fujam, acelerem a passada
Não deixem que vos tomem
Ai, como me preocupam vocês
E assim se me rouba o descanso
Preocupar-me com nada me traria felicidade
A tal, a suprema
A de estar por estar, livre, descansado



R.B. Côvo

A Música do Dia...- Bittersweet Symphony

Jinyoung Shin

Jinyoung Shin é uma jovem ilustradora surrealista coreana que vive nos Estados Unidos desde criança, mas suas ilustrações mostram claramente a influência da cultura oriental em seu trabalho. Seus desenhos representam pessoas esqueléticas e rostos com traços do estilo mangá. Ela mistura a arte tradicional (desenho a lápis) com a digital (uso de software para colorir).

















sexta-feira, 20 de agosto de 2010

A Música do Dia...- Adagio

O Rouxinol e a Rosa- Oscar Wilde

Oscar Wilde

Este conto de Oscar Wilde (escritor irlandês), é para mim de uma beleza ímpar, embora seu final (melhor não contar). Certo é que não podia deixar de o partilhar com vocês.

O Rouxinol e a Rosa

- Ela disse que dançaria comigo se eu lhe levasse rosas vermelhas - exclamou o Estudante - mas não vejo nenhuma rosa vermelha no jardim.
Por entre as folhas, do seu ninho, no carvalho, o Rouxinol o ouviu e, vendo-o ficou admirado... - Não há nenhuma rosa vermelha no jardim! - repetiu o Estudante, com os lindos olhos cheios de lágrimas. - Ah! Como depende a felicidade de pequeninas coisas! Já li tudo quanto os sábios escreveram. A filosofia não tem segredos para mim e, contudo, a falta de uma rosa vermelha é a desgraça da minha vida.

E eis, afinal, um verdadeiro apaixonado! - disse o Rouxinol. Gorjeei-o noite após noite, sem conhecê-lo no entanto; noite após noite falei dele às estrelas, e agora o vejo... O cabelo é negro como a flor do jacinto e os lábios vermelhos como a rosa que deseja; mas o amor pôs-lhe na face a palidez do marfim e o sofrimento marcou-lhe a fronte.

- Amanhã à noite o Príncipe dá um baile, murmurou o Estudante, e a minha amada se encontrará entre os convidados. Se levar uma rosa vermelha, dançará comigo até a madrugada. Se levar-lhe uma rosa vermelha, hei de tê-la nos braços, sentir-lhe a cabeça no meu ombro e a sua mão presa a minha. Não há rosa vermelha em meu jardim... e ficarei só; ela apenas passará por mim... Passará por mim... e meu coração se despedaçará.

- Eis, na verdade, um apaixonado... - pensou o Rouxinol. - Do que eu canto, ele sofre. Aflige-o o que me alegra. Grande maravilha, na verdade, o Amar! Mais precioso que esmeraldas e mais caro que opalas finas. Pérolas e granada não podem comprá-lo, nem se oferece nos mercados. Mercadores não o vendem, nem o conferem em balanças a peso de ouro.

- Os músicos da galeria - prosseguiu o Estudante - tocarão nos seus instrumentos de corda e, ao som de harpas e violinos, minha amada dançará. Dançará tão leve, tão ágil, que seus pés mal tocarão o assoalho e os cortesãos, com suas roupas de cores vivas, reunir-se-ão em torno dela. Mas comigo não bailará, porque não tenho uma rosa vermelha para dar-lhe... - e atirando-se à relva, ocultou nas mãos o rosto e chorou.

- Por que está chorando? - perguntou um pequeno lagarto ao passar por ele, correndo, de rabinho levantado.

- É mesmo! Por que será? - Indagou uma borboleta que perseguia um raio de sol.

- Por que? - sussurrou uma linda margarida à sua vizinha.

- Chora por causa de uma rosa vermelha, - informou o Rouxinol.

- Por causa de uma rosa vermelha? - exclamaram - Que coisa ridícula! E o lagarto, que era um tanto irónico, riu à vontade.

Mas o Rouxinol compreendeu a angústia do Estudante e, silencioso, no carvalho, pôs-se a meditar sobre o mistério do Amor.

Subitamente, abriu as asas pardas e voou.

Cortou, como uma sombra, a alameda, e como uma sombra, atravessou o jardim. Ao centro do relvado, erguia-se uma roseira. Ele a viu. Voou para ela e posou num galho.

- Dá-me uma rosa vermelha - pediu - e eu cantarei para ti a minha mais bela canção!

- Minhas rosas são brancas; tão brancas quanto a espuma do mar, mais brancas que a neve das montanhas. Procura minha irmã, a que enlaça o velho relógio-de-sol. Talvez te ceda o que desejas.

Então o Rouxinol voou para a roseira, que enlaçava o velho relógio-de-sol.

- Dá-me uma rosa vermelha - pediu - e eu te cantarei minha canção mais linda.

A roseira sacudiu-se levemente.

- Minhas rosas são amarelas como a cabeleira dourada das sereias que repousam em tronos de âmbar, e mais amarelas que o asfódelo que cobre os campos antes da chegada de quem o vai ceifar. Procura a minha irmã, a que vive sob a janela do Estudante. Talvez te possa ajudar.

O Rouxinol então, dirigiu o voo para a roseira que crescia sob a janela do Estudante.

- Dá-me uma rosa vermelha - pediu - e eu te cantarei minha canção mais linda.

A roseira sacudiu-se levemente.

- Minhas rosas são vermelhas, tão vermelhas quanto os pés das pombas, mais vermelhas que os grandes leques de coral que oscilam nos abismos profundos do oceano. Contudo, o inverno regelou-me até as veias, a geada queimou-me os botões e a tempestade quebrou-me os galhos. Não darei rosas este ano.

- Eu só quero uma rosa vermelha, repetiu o Rouxinol, - uma só rosa vermelha. Não haverá meio de obtê-la?

- Há, respondeu a Roseira, mas é meio tão terrível que não ouso revelar-te.

- Dize. Não tenho medo.

- Se queres uma rosa vermelha, explicou a roseira, hás de fazê-la de música, ao luar, tingi-la com o sangue de teu coração. Tens de cantar para mim com o peito junto a um espinho. Cantarás toda a noite para mim e o espinho deve ferir teu coração e teu sangue de vida deve infiltrar-se em minhas veias e tornar-se meu.

- A morte é um preço exagerado para uma rosa vermelha - exclamou o Rouxinol - e a Vida é preciosa... É tão bom voar, através da mata verde e contemplar o sol em seu esplendor dourado e a lua em seu carro de pérola...O aroma do espinheiro é suave, e suaves são as campânulas ocultas no vale, e as urzes tremulantes na colina. Mas o Amor é melhor que a Vida. E que vale o coração de um pássaro comparado ao coração de um homem?

Abriu as asas pardas para o voo e ergueu-se no ar. Passou pelo jardim como uma
sombra e, como uma sombra, atravessou a alameda.

O Estudante estava deitado na relva, no mesmo ponto em que o deixara, com os lindos olhos inundados de lágrimas.

- Rejubila-te - gritou-lhe o Rouxinol - Rejubila-te; terás a tua rosa vermelha. Vou fazê-la de música, ao luar. O sangue de meu coração a tingirá. Em consequência só te peço que sejas sempre verdadeiro amante, porque o Amor é mais sábio do que a Filosofia, embora sábia; mais poderoso que o poder, embora poderosa. Tens as asas da cor da chama e da cor da chama tem o corpo. Há doçura de mel em teus braços e seu hálito lembra o incenso.

O Estudante ergueu a cabeça e escutou. Nada pode entender, porém, do que dizia o Rouxinol, pois sabia apenas o que está escrito nos livros. Mas o Carvalho entendeu e ficou melancólico, porque amava muito o pássaro que construíra ninho em seus ramos.

- Canta-me um derradeiro canto - segredou-lhe - sentir-me-ei tão só depois da tua partida.

Então o Rouxinol cantou para o Carvalho, e sua voz fazia lembrar a água a borbulhar de uma jarra de prata.

Quando o canto finalizou, o Estudante levantou-se, tirando do bolso um caderninho de notas e um lápis.

- Tem classe, não se pode negar - disse consigo - atravessando a alameda. Mas terá sentimento? Não creio. É igual a maioria dos artistas. Só estilo, sinceridade nenhuma. Incapaz de sacrificar-se por outrem. Só mensa e cantar
e bem sabemos quanto a Arte é egoísta. No entanto, é forçoso confessar, possui maravilhosas notas na voz. Que pena não terem significação alguma, nem realizarem nada realmente bom!

Foi para o quarto, deitou-se e, pensando na amada, adormeceu.

Quando a lua refulgia no céu, o Rouxinol voou para a Roseira e apoiou o peito contra o espinho. Cantou a noite inteira e o espinho mais e mais enterrou-se-lhe no peito, e o sangue de sua vida lentamente se escoou... Primeiro descreveu o nascimento do amor no coração de um menino e uma menina; e, no mais alto galho da Roseira, uma flor desabrochou, extraordinária, pétala por pétala, acompanhando um canto e outro canto. Era pálida, a princípio, qual a névoa que esconde o rio, pálida qual os pés da manhã e as asas da alvorada. Como sombra de rosa num espelho de prata, como sombra de rosa em água de lagoa era a rosa que apareceu no mais alto galho da Roseira.

Mas a Roseira pediu ao Rouxinol que se unisse mais ao espinho. - Mais ainda, Rouxinol, - exigiu a Roseira, - senão o dia raia antes que eu acabe a rosa.

O Rouxinol então jungiu-se mais ao espinho, e cada vez mais profundo lhe saía o canto porque ele cantava o nascer da paixão na alma do homem e da mulher.

E ténue nuance rosa nacarou as pétalas, igual ao rubor que invade a face do noivo quando beija a noiva nos lábios. Mas o espinho não lhe alcançava ainda o coração e o coração da flor continuava branco - pois somente o coração de um Rouxinol pode avermelhar o coração de rosa.

- Mais ainda, Rouxinol, - clamou a Roseira - raiar o dia antes que eu finalize a rosa.

E o Rouxinol, desesperado, calcou-se mais forte no espinho, e o espinho lhe feriu o coração, e uma punhalada de dor o traspassou.

Amarga, amarga lhe foi a angústia e cada vez mais fremente foi o canto, porque ele cantava o amor que a morte aperfeiçoa, o amor que não morre nem no túmulo.

E a rosa maravilhosa tornou-se purpurina como a rosa do céu oriental. Suas pétalas ficaram rubras e, vermelho como um rubi, seu coração. Mas a voz do Rouxinol se foi enfraquecendo, as pequeninas asas começaram a estremecer e uma névoa cobriu-lhe o olhar, o canto tornou-se débil e ele sentiu qualquer coisa apertar-lhe a garganta.

Então, arrancou do peito o derradeiro grito musical.

Ouviu-o a lua branca, esqueceu-se da Aurora e permaneceu no céu.

A rosa vermelha o ouviu, e trémula de emoção, abriu-se à aragem fria da manhã.

Transportou-o o Eco, à sua caverna purpurina, nos montes, despertando os pastores de seus sonhos. E ele levou-os através dos caniços dos rios e eles transmitiram sua mensagem ao mar.

- Olha! Olha! Exclamou a Roseira. - A rosa está pronta, agora.

Ao meio dia o Estudante abriu a janela e olhou.

- Que sorte! - disse - Uma rosa vermelha! Nunca vi rosa igual em toda a minha vida. É tão linda que tem certamente um nome complicado em latim. E curvou-se para colhê-la.

Depois, pondo o chapéu, correu à casa do professor.

- Disseste que dançarias comigo se eu te trouxesse uma rosa vermelha, - lembrou-se o Estudante. - Aqui tens a rosa mais vermelha de todo o mundo. Hás de usá-la, hoje a noite, sobre ao coração, e quando dançarmos juntos ela te dirá quanto te amo.

Mas a moça franziu a testa.

- Talvez não combine bem com o meu vestido, disse. Ademais, o sobrinho do Camareiro mandou-me jóias verdadeiras, e jóias, todos sabem, custam muito mais do que flores...

- És muito ingrata! - exclamou o Estudante, zangado. E atirou a rosa a sarjeta, onde a roda de um carro a esmagou.

- Sou ingrata? E o senhor não passa de um grosseirão. E, afinal de contas, quem és? Um simples estudante... não acredito que tenhas fivelas de prata, nos sapatos, como as tem o sobrinho do camareiro... - e a moça levantou-se e entrou em casa.

- Que coisa imbecil, o Amor! - Resmungou o estudante, afastando-se. - Nem vale a utilidade da Lógica, porque não prova nada, está sempre prometendo o que não cumpre e fazendo acreditar em mentiras. Nada tem de prático e como neste século o que vale é a prática, volto à Filosofia e vou estudar metafísica.

Retornou ao quarto, tirou da estante um livro empoeirado e pôs-se a ler...

Afinal- Álvaro de Campos

Afinal, a melhor maneira de viajar é sentir.
Sentir tudo de todas as maneiras.
Sentir tudo excessivamente,
Porque todas as coisas são, em verdade, excessivas
E toda a realidade é um excesso, uma violência,
Uma alucinação extraordinariamente nítida
Que vivemos todos em comum com a fúria das almas,
O centro para onde tendem as estranhas forças centrífugas
Que são as psiques humanas no seu acordo de sentidos.
Quanto mais eu sinta, quanto mais eu sinta como várias pessoas,
Quanto mais personalidade eu tiver,
Quanto mais intensamente, estridentemente as tiver,
Quanto mais simultaneamente sentir com todas elas,
Quanto mais unificadamente diverso, dispersadamente atento,
Estiver, sentir, viver, for,
Mais possuirei a existência total do universo,
Mais completo serei pelo espaço inteiro fora.
Mais análogo serei a Deus, seja ele quem for,
Porque, seja ele quem for, com certeza que é Tudo,
E fora d'Ele há só Ele, e Tudo para Ele é pouco.
Cada alma é uma escada para Deus,
Cada alma é um corredor-Universo para Deus,
Cada alma é um rio correndo por margens de Externo
Para Deus e em Deus com um sussurro soturno.
Sursum corda! Erguei as almas! Toda a Matéria é Espírito,
Porque Matéria e Espírito são apenas nomes confusos
Dados à grande sombra que ensopa o Exterior em sonho
E funde em Noite e Mistério o Universo Excessivo!
Sursum corda! Na noite acordo, o silêncio é grande,
As coisas, de braços cruzados sobre o peito, reparam
Com uma tristeza nobre para os meus olhos abertos
Que as vê como vagos vultos noturnos na noite negra.
Sursum corda! Acordo na noite e sinto-me diverso.
Todo o Mundo com a sua forma visível do costume
Jaz no fundo dum poço e faz um ruído confuso,
Escuto-o, e no meu coração um grande pasmo soluça.
Sursum corda! ó Terra, jardim suspenso, berço
Que embala a Alma dispersa da humanidade sucessiva!
Mãe verde e florida todos os anos recente,
Todos os anos vernal, estival, outonal, hiemal,
Todos os anos celebrando às mancheias as festas de Adônis
Num rito anterior a todas as significações,
Num grande culto em tumulto pelas montanhas e os vales!
Grande coração pulsando no peito nu dos vulcões,
Grande voz acordando em cataratas e mares,
Grande bacante ébria do Movimento e da Mudança,
Em cio de vegetação e florescência rompendo
Teu próprio corpo de terra e rochas, teu corpo submisso
A tua própria vontade transtornadora e eterna!
Mãe carinhosa e unânime dos ventos, dos mares, dos prados,
Vertiginosa mãe dos vendavais e ciclones,
Mãe caprichosa que faz vegetar e secar,
Que perturba as próprias estações e confunde
Num beijo imaterial os sóis e as chuvas e os ventos!
Sursum corda! Reparo para ti e todo eu sou um hino!
Tudo em mim como um satélite da tua dinâmica intima
Volteia serpenteando, ficando como um anel
Nevoento, de sensações reminescidas e vagas,
Em torno ao teu vulto interno, túrgido e fervoroso.
Ocupa de toda a tua força e de todo o teu poder quente
Meu coração a ti aberto!
Como uma espada traspassando meu ser erguido e extático,
Intersecciona com meu sangue, com a minha pele e os meus nervos,
Teu movimento contínuo, contíguo a ti própria sempre,
Sou um monte confuso de forças cheias de infinito
Tendendo em todas as direções para todos os lados do espaço,
A Vida, essa coisa enorme, é que prende tudo e tudo une
E faz com que todas as forças que raivam dentro de mim
Não passem de mim, nem quebrem meu ser, não partam meu corpo,
Não me arremessem, como uma bomba de Espírito que estoira
Em sangue e carne e alma espiritualizados para entre as estrelas,
Para além dos sóis de outros sistemas e dos astros remotos.
Tudo o que há dentro de mim tende a voltar a ser tudo.
Tudo o que há dentro de mim tende a despejar-me no chão,
No vasto chão supremo que não está em cima nem embaixo
Mas sob as estrelas e os sóis, sob as almas e os corpos
Por uma oblíqua posse dos nossos sentidos intelectuais.
Sou uma chama ascendendo, mas ascendo para baixo e para cima,
Ascendo para todos os lados ao mesmo tempo, sou um globo
De chamas explosivas buscando Deus e queimando
A crosta dos meus sentidos, o muro da minha lógica,
A minha inteligência limitadora e gelada.
Sou uma grande máquina movida por grandes correias
De que só vejo a parte que pega nos meus tambores,
O resto vai para além dos astros, passa para além dos sóis,
E nunca parece chegar ao tambor donde parte ...
Meu corpo é um centro dum volante estupendo e infinito
Em marcha sempre vertiginosamente em torno de si,
Cruzando-se em todas as direções com outros volantes,
Que se entrepenetram e misturam, porque isto não é no espaço
Mas não sei onde espacial de uma outra maneira-Deus.
Dentro de mim estão presos e atados ao chao
Todos os movimentos que compõem o universo,
A fúria minuciosa e dos átomos,
A fúria de todas as chamas, a raiva de todos os ventos,
A espuma furiosa de todos os rios, que se precipitam,
A chuva com pedras atiradas de catapultas
De enormes exércitos de anões escondidos no céu.
Sou um formidável dinamismo obrigado ao equilíbrio
De estar dentro do meu corpo, de não transbordar da minh'alma.
Ruge, estoira, vence, quebra, estrondeia, sacode,
Freme, treme, espuma, venta, viola, explode,
Perde-te, transcende-te, circunda-te, vive-te, rompe e foge,
Sê com todo o meu corpo todo o universo e a vida,
Arde com todo o meu ser todos os lumes e luzes,
Risca com toda a minha alma todos os relâmpagos e fogos,
Sobrevive-me em minha vida em todas as direções!

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Lulu

Você está cansado de procurar editora para as suas obras? Eu também. Durante muito tempo exasperei-me e desesperei-me procurando editoras que se interessassem pelo meu tipo de trabalho: teatro. Acontece que o teatro não vende, por exemplo, como um romance. Vai daí, ninguém quer publicar teatro.

Pois bem, eu encontrei a solução para esse problema: lulu.com.

Nesse site pode publicar, editar, escolher o tipo de papel, o tamanho, a capa… O preço, até o preço você pode escolher do seu livro. Tudo isto gratuitamente. Depois é só publicitá-lo da forma que mais lhe convier, como e onde bem entender. Visite, e publique.

Só precisa se cadastrar!

A Música do Dia...- Peeping Tom

A minha playlist Indie- Dmitry Nechaev


http://www.myspace.com/dmitrynechaevofficial Back in 2003 at the age of 15 being totally obsessed and inspired by the gifted musician Akira Yamaoka Dmitry traces his idea of creating an absolutely different and unique style, breaking the stereotypes, bringing in the mixture of philosophy and sound psychology united under a perceptive melody to reflect the inside world of a human being.

Para ouvir Dmitry Nechaev clique aqui.


Máximas- Publicitários

Os publicitários entram na nossa casa de mansinho e levam a nossa mulher às compras.


6.35

Hoje não tive lá muito tempo para escrever. Dói-me bastante a cabeça. Não vou dizer o quê nem o porquê desta dor, tão somente deixo à vossa consideração o possível motivo da qual, e qual a dor que sinto. Não sei se me dói tudo, se nada. Não sei se devo escrever se não. Mas é tudo assim. Nunca sentiram que não sabiam bem o que sentiam? É o que sinto agora. Um vazio, uma vontade enorme de não trabalhar nunca mais, de não fazer nada, de ficar sozinho, não ver ninguém ainda que sendo visto e vendo por mal ou por bem.
Apetece-me não me apetecer; nada me convém. Nada me dá prazer que me faça sentir bem. Gosto de mim e desgosto, falo de mim e tão pouco me conheço.

Sosseguem, não penso ainda despedir-me. Tenho ainda muita vida pela frente. E pior, muitos anos de trabalho por fazer.

P.S. Comprei à pouco a um cigano uma 6.35, mas azar do caraças o tipo não tinha balas. Que se foda, mais uns dias não devem fazer mal a ninguém.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Tirinha #5- Palavra de Honra

A Música do Dia...- I Was Born To Love You

Lolita


Faz hoje precisamente cinquenta e dois anos que Lolita de Vladimir Nabokov foi publicado.
Lolita reflecte a história de amor de um homem já na casa dos quarenta que se apaixona por uma menina de doze anos. Humbert acaba se casando com a mãe da garota só para poder estar perto desta última, e como se isso não bastasse participa da morte acidental da então sua esposa. Depois disso leva a menina estrada fora, fingindo ser o pai, para viverem ,ao menos entre quatro paredes, como marido e mulher.

Veja o filme!

Vincent Van Gogh

Vincent Willem van Gogh foi e é frequentemente considerado um dos maiores pintores de todos os tempos. Poder-se-à dizer que falhou em todos os aspectos da sua vida que não a pintura. Incapaz de constituir família e de custear a sua própria existência, faleceu aos 37 anos (em 1890), sucumbindo a uma doença mental e suicidando-se.
Só após a sua morte o seu génio e a sua obra foram reconhecidos.
Pioneiro na ligação das tendências impressionistas com as aspirações modernistas, a sua influência é reconhecida em várias frentes da arte do século XXI, por exemplo, o fauvismo, o expressionismo e o abstraccionismo.

Fonte: Wikipédia